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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quebrando Paradigmas da Educação Física Escolar

Muitas escolas públicas brasileiras enfrentam desafios como:
  • Aulas de Educação Física pouco significativas para a maioria dos alunos.
  • Práticas preconceituosas sobre o feminino e o masculino no esporte.
  • Oferta de experiências restritas a quatro modalidades: futebol, vôlei, basquete e handebol.
  • Desconhecimento da importância da atividade física para a qualidade de vida pessoal e comunitária.
Será que esta realidade é fruto apenas da falta de espaços, equipamentos e materiais?
A Educação Corporal é uma área de conhecimento escolar na qual os alunos podem ampliar e produzir vivências e conceitos sobre a Cultura Corporal, construir valores democráticos e exercitar a cidadania ativa.
Envolve as aulas de Educação Física e demais atividades da escola em que os alunos e a comunidade podem ter acesso à Cultura Corporal em atividades didáticas, no lazer, na prática esportiva e na vida comunitária.
Tome Nota: Cultura Corporal - Representa o conjunto de conceitos e práticas humanas expressas por meio da linguagem corporal: jogos, brincadeiras, esportes, ginásticas, danças e lutas. 

O conceito de Educação Corporal na escola busca:
  • Romper com o modelo tradicional da Educação Física Escolar
  • Romper com o modelo “rola-bola”
  • Construir uma prática pedagógica coerente com a concepção de Educação Física Escolar dos PCNs.

Romper com o modelo tradicional da Educação Física Escolar
Por sua origem militar, médica e esportiva, a Educação Física restringiu seu campo de estudos aos aspectos fisiológicos e técnicos da atividade corporal. A ênfase do trabalho na escola era a aptidão física e o ensino de técnicas esportivas.
Nesta visão as metodologias de ensino não respeitavam a capacidade de construir conhecimento dos alunos.
Os espaços e materiais valorizados eram a quadra poliesportiva e materiais oficiais de quatro modalidades: futsal, handebol, basquetebol e voleibol. Além de recursos para trabalhar a aptidão física dos alunos.
Nesta tradição valorizavam-se apenas os alunos habilidosos e o treinamento de equipes esportivas.


Características da gestão de espaços, equipamentos e materiais na concepção tradicional:
1. Privilegiam-se materiais esportivos oficiais.
2. As equipes de treinamento têm prioridade na utilização da quadra e dos materiais.
3. A quadra poliesportiva é o único local para a prática.
4. As atividades são direcionadas pelo professor.
5. Há tempo de espera para o uso da quadra, pois cada esporte coletivo acolhe de 10 a 14 alunos por vez e as classes são compostas por 30 a 40 alunos.
6. Os alunos menos habilidosos têm menos oportunidade de uso dos espaços e materiais


Romper com o modelo “rola-bola”
A impossibilidade de desenvolver o modelo tradicional levou muitos professores de Educação Física a abandonar a prática pedagógica e deixar as crianças jogar livremente seus esportes preferidos.
Geralmente os meninos praticam futebol na quadra e as meninas, queimada ou vôlei nos espaços ao redor.
Neste modelo o professor torna-se mero espectador de atividades desenvolvidas pelos alunos, com pouca diversidade de materiais e espaços empobrecidos.


Características da gestão de espaços, equipamentos e materiais no modelo “rola-bola”:
1. A carência de materiais é um álibi para que o professor “role a bola”.
2. Poucos materiais são disponibilizados para as crianças e elas não avançam em suas aprendizagens sobre a cultura corporal.

Construir uma prática pedagógica coerente com a concepção de Educação Física Escolar dos PCNs
Os Parâmetros Curriculares Nacionais abriram caminho para que a Educação Física Escolar deixasse de utilizar apenas o esporte como forma de atuação.
Para os PCNs, a Educação Física Escolar deve criar condições para que os alunos vivenciem a cultura corporal nas suas mais variadas manifestações (lutas, esportes, jogos, ginásticas e danças).
A partir deste objetivo, a escola pode proporcionar às crianças e aos adolescentes diversas experiências educativas, que não se restringem às aulas de Educação Física, mas acontecem no recreio, entrada e saída, atividades de contraturno, finais de semana e projetos interdisciplinares.

Nesta concepção é preciso:
1. Trabalhar a partir dos conhecimentos prévios dos alunos.
2. Considerar as características pessoais dos alunos.
3. Garantir o acesso a variadas práticas da cultura corporal.
4. Contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las.
5. Favorecer o desenvolvimento de relações cooperativas nas práticas da cultura corporal


Características da gestão de espaços, equipamentos e materiais na concepção dos PCNs
Os espaços, equipamentos e materiais são pensados e organizados para promover:
1. A participação de todos, incluindo portadores de necessidades especiais.
2. O uso da quadra para diversos conteúdos da cultura corporal e não apenas para esportes coletivos.
3. Diversidade de materiais e utilização de materiais regionais.
4. Materiais para uso autônomo dos alunos.
5. O direito de todos os alunos utilizarem os espaços e materiais.
6. Que os professores utilizem os materiais em práticas significativas para os alunos.
7. Materiais que divulgam conhecimentos sobre a cultura corporal: livros, DVDs, CDs, acesso à internet...
8. Metodologias de ensino que buscam o desenvolvimento da autonomia, cooperação, participação social e afirmação de valores e princípios democráticos.

Assista os Vídeos para entender melhor sobre a Cultura Corporal, Educação Física para Todos e Educação Física para além do Esporte





Referências:
Texto
PECE
Programa Educação CORPORAL NA ESCOLA
Realização:Projeto Escola Brasil, Março de 2010

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